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  • Em um estudo com modelos de ratinhos

    2024-05-25

    Em 2011, um estudo com modelos de ratinhos triplamente mutados para Senexin A doença de Alzheimer expôs um grupo a anestesia geral com halotano ou isoflurano cinco horas por semana durante quatro semanas (a três diferentes idades: dois, quatro e seis meses) e um grupo sem exposição aos anestésicos inalatórios. Não foram encontradas diferenças no declínio cognitivo dos ratinhos mutados expostos ao anestésico volátil quando comparados com os ratinhos mutados que não foram expostos. Apesar de os níveis de proteína tau fosforilada no hipocampo estarem aumentados dois meses após a cirurgia, não foram encontradas alterações amiloides, das caspases, da microglia ou da sinaptofisina. Esses resultados pareceram indicar que a exposição a esses agentes inalatórios durante o período pré‐sintomático da doença de Alzheimer não se relaciona com o acelerar do declínio cognitivo. Agentes anestésicos intravenosos, em concreto o propofol, também estão associados ao aumento da proteína tau no hipocampo do rato, e tal efeito parece dever‐se à ação direta do fármaco, e não a efeitos fisiológicos secundários (como hipotermia). A existência de declínio cognitivo após cirurgia está razoavelmente bem estabelecida e há muita literatura de estudos em animais que examina essa interação. O declínio cognitivo pós‐cirúrgico em ratinhos envelhecidos foi associado à microgliose, produção de proteína amiloide e hiperfosforilação da proteína tau no hipocampo. O papel da neuroinflamação na disfunção cognitiva pós‐cirúrgica e relação com a doença de Alzheimer também tem sido estudado. Em ratinhos jovens wild type a cirurgia, e não a anestesia, causou neuroinflamação e perdas cognitivas agudas e tanto a microgliose como os déficit cognitivos foram reduzidos por agentes anti‐inflamatórios.35, 36, 37 A cirurgia conduz à formação de fator de necrose tumoral‐α, que provoca lesão da barreira hematoencefálica e permite a infiltração de macrófagos inflamatórios, sobretudo no hipocampo. Ratinhos submetidos a cirurgia, quando comparados com ratinhos que apenas foram anestesiados sem sofrer qualquer intervenção cirúrgica, apresentaram níveis aumentados de interleucina‐1β e interleucina‐6. A ciência e a incomplete flower investigação científica nessa aérea não estagnaram e já em 2008 surgiu um estudo que veio apoiar as baixas concentrações de amiloide enquanto substância com potencial papel de modulação da neurotransmissão, o que veio contrariar a atitude culpabilizadora da comunidade científica em geral.
    Evidência clínica
    Atualidade Novos estudos têm surgido nessa área. Um estudo prospectivo longitudinal de 2016 envolveu doentes submetidos pela primeira vez à cirurgia de bypass coronário e que foram envolvidos inicialmente num estudo de comparação de outcomes cognitivos após randomização para recepção de baixas ou altas doses de fentanil. Após a avaliação dos 12 meses os mesmos doentes foram convidados a participar num estudo de seguimento aos 7,5 anos após cirurgia. Foram analisados 193 dos 326 doentes iniciais com 55 anos ou mais. Avaliaram‐se os doentes para o desenvolvimento de demência e foi também pesquisada disfunção cognitiva pós‐operatória aos três meses, 12 meses e 7,5 anos após cirurgia. No entanto, só foi possível avaliar 113 doentes quer para demência quer para disfunção cognitiva pós‐operatória. Nos 7,5 anos após a cirurgia a prevalência de demência foi 30,8% nos pacientes com mais de 55 anos à data da intervenção. Os autores atribuem essa elevada prevalência de demência à anestesia/cirurgia ou ao natural declínio das capacidades cognitivas com o envelhecimento e em doentes com patologia cardiovascular grave. Acrescentam ainda que como não existiu seguimento de um grupo de controle não cirúrgico, essa será uma limitação importante do estudo. A disfunção cognitiva pós‐operatória foi detectada em 32,8%. Dos 113 doentes avaliados para ambas as entidades, 44% dos que apresentavam demência foram também classificados com disfunção cognitiva pós‐operatória. O déficit cognitivo preexistente e a doença vascular periférica foram ambos associados à demência aos 7,5 anos após cirurgia de bypass coronário e a disfunção cognitiva pós‐operatória quer aos três quer aos seis meses foi associada a aumento da mortalidade a 7,5 anos.